sábado, 26 de junho de 2010


As rosas do meu jardim
                                                  À minha sobrinha Glicélia
  
Como são lindas, viçosas
multicores, perfumosas
as rosas do meu jardim!
E como são primorosas
tão delicadas, sedosas
nunca vi rosas assim!

São rosas e muitas rosas
e como são fabulosas
as rosas do meu jardim!
Rosas púrpureas, vermelhas
como divinas centelhas
as rosas de carmezim!

Rosas que inspiram ciúmes
através de doces perfumes
entre o roseiral sem fim!
Dentre as demais belas flores
triunfam com seus primores
as rosas do meu jardim!

Como são frescas, cheirosas
e como são tão formosas
nunca as vi belas assim!
Amarelas da cor do ouro
para mim são um tesouro
as rosas do meu jardim!

E são bonitas demais
as rosas brancas da paz!
São sedutoras, enfim!
De pétalas veludosas
macias e graciosas
perfumam todo o jardim!

Embora só, no abandono
a que me impuzera o outono
nutrindo a tristeza em mim
das flores maravilhosas
eu amo somente as rosas
as rosas do meu jardim!


Poesia azul
(À ilustre Dra. D. Leonor A. Figueiredo)

Um pingo azul caído, assim ao léu
marcou na solidão um ponto certo
um sinal, talvez, vindo lá do Céu
para encontrar-me aqui, no meu deserto

Um oásis azul em meu caminho
para mim descansar, e num alento
prosseguir no meu rumo, e tão sozinho
chegar ao fim sem desfalecimento

Vou seguindo contente estrada a fora
com a proteção do imenso azul celeste
a clarear meus passos, muito embora
reconhecendo o meu caminho agreste

Hei de ver tudo azul no meu roteiro
ora colhendo rosas, ora espinhos
tal qual um penitente caminheiro
a tropeçar nas pedras dos caminhos

E declamando a cada passo, um verso
vou namorando a bela natureza
o céu azul, o mar, todo o universo
exaltando do amor toda a pureza

Hei de chegar ao fim determinado
até o marco azul da minha sorte
mas, irei para o além, bem confortado
sentindo tudo azul até a morte!


Relógio do tempo


Na hora marcada
o relógio do tempo
assinala ecatombes
que estavam previstas
na convenção dos momentos
que os séculos guardam.
Minutos perdidos
no vão dos horários
ressurgem períodos
e poetas falando
a linguagem da mímica
em gestos de bronze
cancelam rimas
já superadas...
O homem e a mulher
a criança e o inseto
a flor e o fruto
vestidos de nada
com fantasias de átomo
irão proclamar
no mundo eletrônico
a hora marcada
no relógio do tempo.

A morte do meu canário
     (Poesia escrita aos 14 anos de idade)
                                                    À minha irmã Badi

Vitimado por um feroz felino
esfaimado animal de bruta raça
morreu o meu canário peregrino
sob as unhas de um gato que o espedaça

Banhado em pranto, triste o coração
assisti esta cena tão dolente:
espalhados assim ao réz do chão
pedaços de gaiola tão somente!

Meu coração alegre de menino
sentiu profunda dor nesta desgraça
e minha alma ficou num desatino
a sorver esta dor em triste taça

Do passarinho guardo em relicário
como lembrança, pequeninas penas
para nunca esquecer o meu canário
embora me reste a saudade, apenas!


Louvor a Deus

                                       À minha filha Zuleica

Chamo por ti, Jesus, na voz do verso
porque tu és a razão da minha fé
pregando as tuas leis pelo universo
na trilha de Moisés e Josué

Do Sinai pregarei para o perverso
desde Sião a Belial, até
e das moedas de Judas, o reverso
hei de proclamar lá de Nazaré

E cumprirei as santas escrituras
pregando em toda a parte às criaturas
sejam eles gentios ou mesmo judeus

Pelos raios de luz da eternidade
e no explendor sublime da verdade
hei de sempre louvar a ti , ó Deus!


John kennedy

Cobrira-se de luto o mundo inteiro
no impacto da dor e da emoção
e a alma humana, num pranto verdadeiro
sente a perda de um nobre cidadão

Arauto da paz – jovem vanguardeiro
da igualdade dos povos e da união
morrera sob as mãos de um pistoleiro
nas mãos ensanguentadas de um poltrão

John Kennedy – tão jovem presidente
da boa amiga América do Norte
recebera na paz – a cruel morte

Ao encontro do Senhor onipotente
uma alma foi seguindo rumo ao céu
na asa da esperança que morreu


O amanhã

Amanhã direi versos do pretérito
construindo ideais de solidão

Amanhã darei autógrafos em coqueteis
fazendo meu cartaz em sonhos verdes

Amanhã darei recitais no meu ocaso
inspirando-me na visão do além-céu

Amanhã farei estrofes imprevisíveis

Amanhã lançarei best-sellers em eras novas
conquistando auditórios imagináveis

Amanhã declamarei poemas de outros mundos
construindo rimas no zodíaco

Amanhã serei manchetes de jornais
num recorde de edições inesgotáveis

E depois?
Depois... direi versos do além-túmulo
com imagens de pó e de silêncio